Thiélly Crislaine Pinheiro Demutti

27 de set. de 2010

O amor acaba


O amor acaba, sempre ele acaba.
Assim é, assim sempre será.
Pode ser em uma quarta feira de cinzas, ou num sábado de carnaval.
O amor se perde, sempre é assim.
As vezes ele encolhe, anorexia, se suicida na melodia do carnaval.
Pálido amor, morre de obesidade, de velhice, de preguiça, ele desaparece.
Desaparece no fundo de uma gaveta, entre as fotos antigas ou entre as cartas de amor e algumas contas vencidas, ele embolora, cria fungos e amarela.
Acaba entre um choro ou até mesmo um sorriso, no filme romântico, no movimento das mãos.
Acaba no papel velho no bolso da calça, o amor acaba no mesmo colo de sempre de uma amiga, na cama, na distancia entre dois corpos adormecidos.
O amor escorre, escapa, dissolve, seca, evapora.
O amor acaba nas férias talvez.
Ou em piscinas, em outros braços.
O amor acaba com ódio, acaba mesmo com amor, acaba sozinho, culpado, acaba em conjunto, triste.
Tem gente que esquece o amor, como uma música da infância, uma tarde em que morreram de rir.
Cadê o amor que estava aqui? O gato comeu, o ladrão levou, o anel que tu me destes era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas, cadê, meu Deus, o amor?Onde foi parar, o amor?  
Aposentou-se no beleléu, foi pro inferno, ou foi pro céu, ou quem sabe, reside agora num baú, num sótão, numa rua calma.
O amor não escolhe o momento de terminar, vai se embora no susto de um pôr-do-sol, no primeiro ônibus da manhã, é soterrado pela pilha de jornais atirados diante uma porta de uma casa velha.
Em todos os lugares o amor acaba. A qualquer hora o amor acaba..
Por qualquer motivo o amor acaba, pra recomeçar em todos os lugares a qualquer minuto o amor acaba, sempre acaba.


Fernanda Moraes


Parabéns minha modelo *-*
Muitas felicidades!